O presente trabalho tem por objetivo trazer à discussão os suicídios que têm ocorrido entre os servidores policiais da Polícia Federal. Buscou-se resgatar a história da polícia desde o seu exercício informal, por ocasião da exploração do Brasil Colônia até a sua composição oficial pelo Príncipe Regente D. João, período em que passa a incorporar, em sua doutrina, princípios militares. A pesquisa se justifica ao demonstrar a relação das instituições policiais com os governos ditatoriais e democráticos, onde ambos se aproveitaram do rígido regime de controle da polícia para instrumentalizá-la a serviço do Poder político e da classe
dominante, bem como o controvertido modelo policial brasileiro que, além de não guardar a civilidade, se utiliza dos policiais para a produção da violência que aumenta a cada dia e que, também, atinge a vida dos próprios policiais que se tornaram vítimas de homicídios e suicídios. Os métodos utilizados nesta pesquisa compreenderam o recolhimento de dados e estatísticas junto à Federação Nacional dos Policiais Federais, os quais apontam para a possibilidade de corrosões na relação de trabalho no quadro de policiais da Polícia Federal, e dinâmicas participativas que corroboram com a linha investigativa. O texto, com fulcro na
fundamentação teórica, mostra que os servidores policiais federais também são alvo da violência e o conjunto desses fatores tem levado muitos ao adoecimento, principalmente aqueles ligados aos transtornos mentais. Como resultado, discutiram-se as políticas públicas de segurança, governança e o número de suicídios que têm assolado a Polícia Federal com repercussões negativas em toda a sociedade